Título: A Culpa é
das Estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 288
Este livro é narrado por Hazel
Grace uma garota de 16 anos, paciente em tratamento de câncer no pulmão em
estado terminal, até o momento seu câncer está sendo controlado por uma nova
droga experimental, que consegue com que ela sobreviva por mais tempo. Hazel
descobriu que tinha câncer com 13 anos e desde lá sofreu diversas limitações,
não vai mais a escola, não tem amigos, e a cada dia que passa tem consciência
de quanto sua família adoece junto com ela, com tantos esforços e sacrifícios
que fazem por ela.
Odeia essa sensação, mas não consegue
fazer nada para impedir, está cansada dessa vida, triste, desmotivada, sem ter vontade
sair e ter que carregar o seu carinho de oxigênio pra onde for, Hazel prefere
ficar em casa, assistir televisão e ler livros, em especial um livro que se
tornou seu amigo/favorito “Uma aflição Imperial”. Ela vive para descobrir como
termina a história, pois o autor não finalizou este livro e resolveu parar de escreve-lo
no meio de uma frase (impossível de imaginar).
“- Mas eu acredito em amor verdadeiro, sabe? Não acho que
todo mundo possa continuar tendo dois olhos nem que possa evitar ficar doente,
e tal, mas todo mundo deveria ter um amor verdadeiro, que deveria durar pelo
menos até o fim da vida da pessoa.”
Com tantas tentativas de sua mãe para
que Hazel saia de casa e faça amigos, ela resolve um belo dia ir novamente para
o grupo de apoio a crianças com câncer, lá Hazel conhece Gus um adolescente portador
de câncer ósseo que precisou amputar uma das pernas.
Os dois compartilham dos mesmos
medos e inseguranças de serem adolescentes e estarem com câncer, porém Hazel
demonstra mais isso, por estar bem pior do que Gus, que não tem uma recaída já
a 2 anos.
Os dois começam a descobrir que
tem muito em comum, vão se aproximando, mesmo lutando um pouco contra isso. E
em uma das coisas em comum: desvendar o final de “Uma Aflição Imperial”, passa
a ser também a vontade de Gus.
“Se ela estivesse melhor ou o senhor, mais doente, então as
estrelas não estariam tão terrivelmente cruzadas, mas é da natureza das
estrelas se cruzar, e nunca Shakespeare esteve tão equivocado como quando fez
Cássio declarar: “A culpa, meu caro Bruto, não é de nossas estrelas/ Mas de nós
mesmos.”
Uma história linda, cativante e
comovente.
Um história que consegue trazer
para o leitor como é um drama de ser um adolescente (que já acha que sua vida
não é fácil) e ainda ter câncer e abrir mão de diversas coisas por conta disso.
Tentar achar a alegria em coisas
que para alguns parecem bizarras, se apegar ao final de um livro que não tem, são
dilemas que nos mostra quão real pode ser um drama desses.
E o melhor de tudo embora eles
saibam que não vão se curar, que podem viver mais um dia ou mais cem, tentam
sempre se ajudarem da melhor forma, eles se entendem, algumas vezes as pessoas de
fora (mesmo parentes), podem não saber como lidar com eles, mas alguém que
tenha a mesma doença consegue.
“- Eu estou – ele disse, me encarando, e pude ver os cantos
dos seus olhos se enrugando. – Estou apaixonado por você e não quero me negar o
simples prazer de compartilhar algo verdadeiro. Estou apaixonado por você, e
sei que o amor é apenar um grito no vácuo, e que o esquecimento é inevitável, e
que estamos todos condenados ao fim, e que haverá um dia em que tudo o que
fizemos voltará ao pó, e sei que o sol vai engolir a única Terra que podemos
chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você.”
Os personagens são marcantes,
cada qual com sua personalidade. Um dos personagens que mais gostei foi Isaac,
que também é do grupo de apoio de crianças com câncer, ele é um personagem com
uma história triste, mas que consegue deixar algumas cenas bem irônicas e isso
foi bem legal.
Uma lição clara de isolamento,
solidão e preconceito sofrido pelas pessoas que sofrem e acompanham esta doença.
Vitórias, derrotas, superação e coragem também estão presentes nessa
maravilhosa trama. Nos mostra que a alegria e a tragédia estão presentes onde
menos se espera.
O livro tem uma linguagem leve,
possível de ser acompanhada facilmente.
Este livro me fez sentir diversas
emoções, fiquei triste, ri e sim chorei também, não chorei horrores igual
algumas pessoas dizem terem feito. Acho que tudo dependo do momento que você
ler o livro.
Mas já digo te digo, se prepare
para ter diversas emoções que serão causadas por esse livro.
“Você me deu uma eternidade dentro dos nossos dias numerados,
e sou muito grata por isso.”
Beijos
Dri